Uns dias atrás eu me peguei numa situação em que eu me dividi muito. Uma daquelas situações onde você quer muito uma coisa, mas pra isso uma coisa ruim consequentemente vai acontecer. Aí você fica ali, ou eu fico feliz por ter ganho o que eu queria mas triste pelas consequências ou eu não faço nada e fico neutra.
Desde muito pequena eu sempre fui muito indecisa - até hoje incomodo as pessoas com meus "não sei", "tanto faz", "você quem sabe" - eu sempre queria tudo mas sempre pensava demais no que poderia acontecer depois e acabava sem nada. Quando queriam pular na piscina de roupa eu era aquela que falava "mas vou ficar molhada, não tenho outra roupa, como vou embora?" e isso já me privou de coisas que certamente seriam boas. É assustador pensar em quanta coisa boa eu podia ter vivido e não vivi por precaução.
Outra coisa que me incomoda é que eu sinto a necessidade de decidir as coisas na hora que a dúvida chega, agora imaginem como é pra uma pessoa indecisa ter que decidir tudo rápido? É uma aflição. Um dia desses comentei isso com a minha psicóloga e ela usou uma metáfora que me foi muito útil, é o seguinte: Sabe quando você compra uma roupa e quando chega em casa odeia e não quer usar? Então. Esse é um momento em que você se sentiu pressionada pra decidir e por esse motivo não pensou direito. O que você pode fazer pra evitar isso? Você pode ir lá, experimentar a roupa e falar pra guardarem, que você pega no dia seguinte. Você chega em casa, pensa direito e pronto - decidiu de cabeça fria. Se não quer, alguém vai querer e se quiser, é só ir buscar.
Isso se encaixou tão perfeitamente em tantas situações que eu já passei que de agora pra frente eu sempre penso nessa metáfora quando vou decidir alguma coisa.
Você não precisa decidir isso agora, você precisa respeitar o seu tempo e não ser tão impulsiva.
Mas ser impulsiva pode ser bom, se eu fosse mais impulsiva eu talvez não perderia tantos bons momentos como eu falei ali em cima. Aí que tá: a impulsividade deve ser controlada, mas deve existir. Você não pode se pegar pensando o tempo todo nas consequências das coisas, no lado ruim. Tantas vezes o lado bom vale tão mais a pena, eu tenho pensado nisso e tem me ajudado muito. Não é certo deixar de fazer uma coisa que você tanto quer porque tem medo do que ainda tem a possibilidade de acontecer - e se acontecer, quase tudo tem solução, e o que não tem você não tem nem o que fazer pra resolver.
Enfim, não se pressione pra decidir nada e nem se prive de escolher o que te faz bem, porque apesar de todo o resto, a gente as vezes tem que ser um tanto egoísta e querer só o nosso bem (obviamente sem passar por cima dos outros). Corte o cabelo, pule na piscina, coma a torta de chocolate inteira e pense que o lado bom é muitas vezes, se não sempre, mais relevante.
(Sei que o post não tem muito a ver com o blog, mas sinto que talvez possa ajudar alguém (: )
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